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O êxodo rural continua a aumentar – mas a Terra não aumentou de tamanho

Isto significa que os nossos apartamentos estão a diminuir e que as zonas habitáveis são cada vez mais compactas.

Algumas pessoas partilham casa para não terem de viver nestes espaços exíguos. Outras, devido à pobreza ou a compromissos pessoais, têm de se conformar com o espaço sobrelotado em que vivem.

Não sabemos como, mas arranjam uma maneira de sobreviver.

Wang Cunchun tem 90 anos e vive com o seu filho de 60 anos num apartamento de 10 metros quadrados em Xangai, na China.

China Vanke, a maior imobiliária chinesa, exibe um microapartamento no Salão Imobiliário do Delta do Rio das Pérolas, na província de Cantão.

Numa China com carências de espaço, tudo tem de caber em espaços pequenos.

Como em todos os apartamentos minúsculos, uma arrumação eficaz faz com que a divisão não pareça tão apertada.

A família Burger, de Los Angeles, Califórnia, trata dos seus afazeres numa garagem remodelada na casa da mãe de Elizabeth Burger. A família perdeu a casa em 2009 e viu-se obrigada a vender todos os bens.

Dharavi, uma localidade no interior de Bombaim, na Índia, é um dos maiores bairros de lata da Ásia, acomodando mais de um milhão de pessoas.

A renda de uma casa com 10 metros quadrados varia entre 0,4 e 0,6 dólares por metro quadrado.

Num apartamento com 6 metros quadrados em Hong Kong, uma mãe gasta 487 dólares por mês para se sustentar a si própria e ao filho.

Do outro lado da barricada, Jon-Christian Stubbefield vive num estúdio espaçoso com 20 metros quadrados em Seattle, Washington.

«Viver no centro da cidade por menos de 1.200 dólares é uma opção em conta», declarou Stubblefield aos jornalistas em 2013.

A alguns quilómetros dali, Seungchul You concorda: o seu T0 com 20 metros quadrados tem tudo o que precisa.

Na cidade chinesa de Hefei, os doentes que não conseguem pagar uma cama no hospital local têm de receber os tratamentos num quarto com 8 metros quadrados num apartamento nas redondezas.

Nos arredores de Hong Kong, os preços dos apartamentos por metro quadrado são tão elevados que as pessoas se sujeitam a quartos com 3 metros quadrados para passarem menos dificuldades.

Os nova-iorquinos conheceram, no ano passado, o primeiro microapartamento oficial da cidade, construído no bairro de Kips Bay, próximo de Manhattan. Cada um destes apartamentos tem cerca de 30 metros quadrados.

Estes espaços modernos foram concebidos para dar azo a uma maior flexibilidade, com mesas extensíveis e camas rebatíveis. As rendas mensais estão compreendidas entre os 2.500 e os 2.900 dólares.

Por vezes, um apartamento com apenas 30 metros quadrados pode ser considerado sumptuoso. A Keret House, em Varsóvia, que tem o nome do escritor israelita Edgar Keret, apresenta apenas um metro de largura no seu ponto mais estreito.

A casa é tão pequena que é considerada uma instalação de arte. O arquiteto, Jakub Szczesny, e Keret escolhem os escritores e artistas que passam lá curtas estadias.

A casa, onde só cabe uma pessoa, abriu as portas em 2012.

Kong Kyung-soon, 73 anos, vive num apartamento apertado com apenas 2 metros quadrados de espaço habitável, excluindo a zona da casa de banho e do fogão elétrico.

Mora no subúrbio requintado de Gangnam, em Seul, na Coreia do Sul.

No interior de um complexo de apartamentos de 60 metros quadrados em Hong Kong encontramos 19 casas, cada uma com menos de 2,5 metros quadrados. São conhecidas como “casas-cubículos” ou pela alcunha mais sinistra, “casas-caixão”.

A renda custa 150 dólares por mês e as casas são constituídas por dois painéis de madeira montados um no outro. Os residentes estão a meros passos dos centros financeiros e de comércio.

Temos também o estilo “casa-gaiola”, uma gaiola _empilhável_ de 1,80 m por 0,6 m, também situada em Hong Kong.

Centenas de homens idosos, como Kong Siu-Kau, vivem nestas condições. Neste edifício, podem viver até 12 homens juntos dentro de gaiolas sobrelotadas.

Vivem em condições miseráveis, com percevejos e cheiros nauseabundos.

Enquanto o Governo de Hong Kong não reconhecer o perigo que viver nestas condições representa para os residentes, só lhes resta protestar. Muitos passarão os seus últimos anos dentro destas gaiolas.

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