Steve Jobs teria adorado o novo MacBook
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Numa combinação de engenharia inteligente e design sublime, o novo MacBook promete vir a alterar os padrões da indústria. Jobs certamente o adoraria, e você?

O novo MacBook é um incrível feito de engenharia. Basicamente, para construí-lo a Apple começou com o seu portátil mais elegante, o MacBook Air (cuja secção mais espessa mede 1,7cm), e sonhou com formas de torná-lo mais fino. Removeu a ventoinha da placa, desenhou chaves mais finas mas mais largas, desenvolveu “folhas” de baterias que podem ser colocadas umas em cima das outras, e substituiu quase todas as portas do computador por uma única minúscula porta USB-C, um novo padrão na indústria.

O resultado é maravilhoso: uma máquina poderosa e energeticamente eficiente que é 24% mais fina que o MacBook Air, medindo 1,31cm na sua secção mais grossa. Tal como os iPhones e iPads da Apple, está disponível em dourado, cinzento espacial e prateado.

Phil Schiller, vice-presidente de marketing global da marca, durante a apresentação do novo MacBook de 12 polegadas na passada segunda-feira, disse:

“Foi necessário reinventar todas as tecnologias para conseguir algo fantástico. Esta é a visão do futuro dos notebooks, uma visão de extrema portabilidade.”

É também uma visão que provém diretamente do legado de Steve Jobs, o falecido cofundador da Apple que valorizava o minimalismo e tinha um jeito especial em empurrar as pessoas para a próxima tendência, frequentemente sem elas sequer se aperceberem disso.

O MacBook sempre foi uma máquina muito funcional, combinando poder, preço e portabilidade, enquanto o seu primo mais estiloso, o MacBook Air, era direcionado inicialmente a um público minimalista. Embora as especificações internas possam sugerir o contrário, o novo MacBook está agora a empurrar as barreiras no que se refere ao minimalismo extremo. Não só é um dos primeiros computadores a possuir a nova porta USB-C, como é também um dos primeiros portáteis – se não o primeiro – a não possuir uma porta específica para recarregamento da bateria. Isto porque o novo conector USB-C, que tem cerca do mesmo tamanho da conexão dos iPhones e iPads mais recentes, pode ser utilizado com várias funções: para ligar a dispositivos USB, para ligar a televisores ou monitores, ou para recarregar a bateria. Apenas é necessário ter o adaptador mais adequado.

Isto está destinado a ter alguns inconvenientes, a começar pelo custo. Os responsáveis da Apple afirmaram que os adaptadores vão ser vendidos separadamente: um acessório USB-C com portas para recarregamento, HDMI e USB custará 79 dólares, e apenas permite ao utilizador ligar um dispositivo USB de cada vez.

Depois, há o problema em esquecermo-nos do adaptador. Sem o adaptador, o cabo de alimemtação é inútil – embora a Apple tenha tendência para contra-argumentar com a longevidade da bateria do novo MacBook (nove horas de navegação na Internet, segundo a empresa).

Até a Apple ter apresentado o novo MacBook, era impensável que as pessoas pudessem deixar de precisar de ter uma porta dedicada para recarregarem os seus portáteis. Mas a empresa tem um historial em treinar os consumidores a esquecerem os velhos hábitos e seguirem em novas direções que, quando olhamos para trás, parecem obvias. Por exemplo, antes de Steve Jobs nos ter tirado algumas dessas coisas, quantos entre nós imaginavam que fossemos deixar de precisar de disquetes (iMac G3, 1998), entradas áudio (MacBook, MacBook Pro 2006), portas ethernet (MacBook Air 2008), ou leitores de CD/DVD (MacBook Air 2008)?

Agora, com o MacBook, a Apple está a descartar a ideia de uma porta específica para recarregamento. (E está também a dizer que a empresa ainda não vende um adaptador USB-C para Ethernet – poderá ser isto o início da queda da ethernet?)

Ao reduzir o número de portas nos seus portáteis, a Apple está a alinhar o MacBook com os seus dispositivos móveis, que centram o recarregamento e a transferência de dados numa única porta. Os cabos de alimentação não vão desaparecer tão depressa, pelo menos até que sejam desenvolvidas novas tecnologias de recarregamento. Mas à medida que as baterias dos dispositivos portáteis se vão tornando cada vez mais pequenas e com maior capacidade, um dia a ideia de transportar um cabo de alimentação vai parecer obsoleta.

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