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O gigante tecnológico vai apoiar a construção de dois parques solares na China. Tal insere-se na estratégia desse país de transição para energias limpas. Mas o que terá a Apple a ganhar com isso?

A Apple acaba de concordar em apoiar dois grandes parques solares na China. É o maior negócio desse estilo para uma empresa dos EUA que opera na China. Para a China, o negócio é apenas um começo.

Há vários anos que a China tem estado a instalar mais capacidade para produzir energia renovável em vez dos combustíveis fósseis, uma diferença que está a aumentar. Em 2015, a China irá instalar, só por si, 15 a 18 gigawatts de energia solar, o que é o dobro da implantação de energia solar dos EUA, de acordo com uma análise feita pela Bloomberg New Energy Finance (BNEF).

O gráfico abaixo mostra como, nos próximos 15 anos, a China está a caminho de ter mais eletricidade de baixo carbono do que toda a capacidade da rede de energia dos Estados Unidos.

"Pense no que a rede de energia deles será em 2030," disse Michael Liebreich, fundador da BNEF, na cimeira anual da organização, na semana passada, em Nova York. "Uma vantagem muito competitiva."

Para a Apple, a parceria de 40 megawatts expande as aspirações solares do Diretor Executivo Tim Cook para além das fronteiras dos Estados Unidos. Cook anunciou um acordo de $850 milhões em fevereiro para comprar energia solar suficiente para abastecer todas as suas operações na Califórnia: lojas, escritórios, sede, e um centro de dados. Ao fazer um esforço semelhante na China, o gigante da tecnologia começa a compensar a sua poluição considerável de fabricação, que é quase inteiramente produzida no estrangeiro.

Muitos gigantes tecnológicos dos EUA – não só a Apple – têm sido pressionados para reduzirem a sua poluição, diz Justin Wu, chefe de pesquisa da Ásia para a BNEF. A Apple está "a combater toda essa linha de argumentos", diz ele. "Este é o começo de algo. Produzir na China vai ser mais verde."

Enquanto que os 40 MW da Apple na China representa um projeto corporativo muito relevante, é claramente diminuto na escala do que está a acontecer na China, onde cerca de 41 MW serão colocados na rede todos os dias em 2015, de acordo com Wu. Mas isto pode ser enorme em termos de empurrar outras empresas a fazer o mesmo. A indústria de tecnologia dos Estados Unidos e empresas como Wal-Mart e Costco estão a intensificar a implantação de energia solar nos EUA. Como o custo de energia solar continua a diminur, os negócios tornam-se mais rentáveis e as expectativas para a responsabilidade ambiental aumentam.

Na opinião de Wu, se as empresas dos EUA levarem essas expectativas para os países onde as suas operações de produção estão localizadas poderá haver uma mais rápida transição para uma economia de energia limpa.

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