Já conseguimos ultrapassar a velocidade da luz?
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Uma descoberta acidental da NASA levou à criação daquilo que pode ser um chamado “campo de dobra”. A experiência será agora replicada em vácuo para garantir que não foi o resultado de variações atmosféricas.

O “Star Trek” apresentou às pessoas fora dos círculos da engenharia aeroespacial o conceito de “dobra espacial” – o sistema de propulsão que permitiu à nave espacial Enterprise viajar mais rápido do que a velocidade da luz. A velocidade da dobra espacial é a ambição que nos permitiria explorar o Universo em segurança, rodeados e protegidos por um campo de dobra que distorce o espaço. Depois de observar o foguetão da SpaceX a tentar aterrar numa plataforma, provavelmente pensa que esta habilidade ainda está a anos, se não mesmo a décadas de se alcançar. No entanto, os rumores que circulam nos sites sobre ciência espacial é que a NASA poderá ter descoberto acidentalmente uma forma de criar um campo de dobra. Espera, o quê?

Para contornar a teoria da relatividade, o físico Miguel Alcubierre elaborou o conceito de bolha do espaço-tempo que viaja mais rápido do que a velocidade da luz enquanto a nave que se encontra dentro dela permanece quieta. A bolha contrai o espaço-tempo à frente da nave e expande-o atrás. A dobra espacial iria parecer uma bola de futebol dentro de um anel achatado. A enorme quantidade de energia necessária para tal tornou esta ideia interdita até ao momento em que Harold “Sonny” White da Johnson Space Center da NASA apurou que fazer o anel na forma de um donut reduziria significativamente essa mesma energia.

Entretanto, a NASA e outros programas estavam a desenvolver em laboratório protótipos do EmDrive ou o propulsor de cavidade ressonante eletromagnético inventado pelo engenheiro aeroespacial britânico Roger J. Shawyer. Este dispositivo de propulsão utiliza um magnetrão para produzir micro-ondas de propulsão, sem partes móveis e não precisa de massa de reação como combustível. Em 2014, a Johson Space Center afirmou ter desenvolvido o seu próprio EmDrive de baixa potência.

Protótipo do EmDrive

O que nos traz ao burburinho do campo de dobra de hoje. Várias publicações feitas no NASASpaceFlight.com, um site dedicado às notícias sobre o espaço com foco na engenharia, dizem que a NASA tem uma ferramenta para medir as variações do tempo de percurso da luz. Quando os lasers foram disparados na câmara de ressonância do EmDrive, mediram variações significativas e, acima de tudo, revelaram que alguns feixes pareciam viajar mais rápido do que a velocidade da luz. Se isso for verdade, significaria que o EmDrive está a produzir um campo ou bolha de dobra. Eis um comentário de um fórum de temas ligados ao espaço deixado a seguir à realização dos testes.

É isso é que é intrigante! Esta característica (o padrão de interferência) no EmDrive é exatamente igual a uma bolha de dobra. E a matemática por detrás da bolha aparentemente coincide com o padrão de interferência encontrado no EmDrive.

Uma outra surpresa, tal como confirma este comentário, foi que a descoberta foi acidental.

Parece que houve uma ligação acidental. Estavam a perguntar-se de onde poderia estar a vir aquela “pressão”. Um dos cientistas propôs que talvez fosse uma dobra na massa do espaço-tempo que estivesse a provocar a pressão.

O que acontece a seguir? Para provar que o efeito de dobra não foi causado por um aquecimento atmosférico, o teste será replicado no vácuo. Se os mesmos resultados forem conseguidos, poderia significar que o EmDrive está a produzir um campo de dobra, que por fim levaria ao desenvolvimento da dobra espacial.

O que é que isso significa? Vou deixar os físicos, os peritos em propulsão e os cientistas espaciais responderem a essa pergunta. Tudo o que sei é que a próxima convenção do Star Trek vai estar minada de gente.

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