Conheça a Grexit, a startup com o pior nome do ano
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O destino da Grécia ainda é desconhecido. Mas o futuro de uma empresa de software com o nome infeliz de "Grexit" já foi alterado para sempre.

O mundo está à espera para ver se a Grécia e os seus credores europeus conseguem chegar a um consenso e evitar um final doloroso para um ano longo de drama económico e político: uma saída da zona euro, ou o que é agora mais comumente conhecido como uma "Grexit".

À medida que milhões se viram para a Web para procurar a notícia de uma Grexit, muitos chegam erroneamente ao site da Grexit – uma empresa de software que tem visto um aumento de 20% no tráfego do seu site nas últimas semanas. A Google agora lista a empresa como um "termo relacionado" com a Grécia e as tendências europeias.

Mas em vez dos olhinhos extra serem uma bênção para os negócios, estão a ser apenas "uma confusão para as nossas análises," disse à Quartz o co-fundador da Grexit Nitesh Nandy.

"Estamos a receber tráfego irrelevante que está apenas a brincar com as nossas taxas de conversão."

Isso é porque a startup de software de e-mail que foi inaugurada em 2011, para tornar mais fácil colegas de trabalho partilharem e-mails e colaborarem em projetos, está às voltas com o facto de que o nome da sua empresa foi roubado por um drama económico agora associado a liderança falhada e longas filas nas caixas multibanco.

A empresa está agora a considerar uma mudança de nome e uma redefinição da marca, diz Nandy à Quartz.

"Grexit agora tem uma conotação negativa e não acho que toda a conversa sobre a ajuda à Grécia se vá dissipar assim tão cedo", diz ele. "Não era possível prever quando pensámos no nome em 2010, é apenas má sorte, acho eu."

Outras empresas têm um destino semelhante quando a marca choca com eventos atuais. No ano passado, uma carteira móvel apoiada por três grandes operadoras de telefones móveis teve de mudar o seu nome de Isis para Softcard depois do grupo militante do Estado Islâmico ter chagado às primeiras páginas por ter assassinado milhares de pessoas no Iraque e na Síria.

"Apesar da coincidência, não temos desejo de partilhar o nome com este grupo e os nossos corações estão com aqueles afetados por esta violência", disse o CEO da Isis Mike Abbott em Setembro de 2014. (a Softcard já foi adquirida pela Google.)

Os fundadores da Grexit originalmente queriam chamar à sua empresa Open Inbox, mas o nome de domínio não estava disponível. Então, decidiram-se por uma combinação do pronome “it” em inglês e da palavra "Grex" em latim, que significa rebanho ou manada – um aceno à capacidade do seu software de unir as pessoas.

"Pensámos: é obscuro, tem bom valor, e o nome de domínio está disponível, então vamos para a frente com isso", disse Nandy à Quartz.

E até 2012, o nome funcionou muito bem. A empresa fazia parte da incubadora de startups Morpheus na Índia. Angariou fundos básicos e abriu um escritório em Palo Alto.

Mais tarde, os economistas do Citigroup Ebrahim Rahbari e Willem Buiter emitiram uma nota de pesquisa avaliando a possibilidade da Grécia deixar a zona euro. Na altura, a Grécia estava à beira de aceitar um segundo resgate e o Citi definiu que a possibilidade de uma "Grexit" era de 50%. Um novo termo entrava no léxico global.

A Grexit, empresa de software, permaneceu leal ao seu nome original durante algum tempo, atraindo uma lista de clientes de 1000 pequenas empresas antes da crise económica da Grécia se inflamar novamente no verão e levar os fundadores da Grexit a reconsiderar.

Talvez não haja tal coisa como má publicidade. Ou talvez esteja na hora de aprender com os gregos e considerar uma saída.

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