A tecnologia da bitcoin ao serviço dos bancos
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17 de Setembro de 2015

Nove grandes bancos acabaram de unir forças para levar a tecnologia que criou a bitcoin para o mundo financeiro convencional.

Nove dos maiores bancos do mundo decidiram, na terça-feira, apoiar o blockchain, a tecnologia que suporta a Bitcoin. O Barclays, BBVA, Commonwealth Bank of Australia, Credit Suisse, JPMorgan, State Street, Royal Bank of Scotland e UBS formaram uma parceria para elaborar normas e protocolos para o uso do blockchain no setor bancário.

A parceria está a ser liderada pela R3, uma startup com escritórios em Nova Iorque e Londres chefiados por David Rutter, o antigo diretor executivo da ICAP Electronic Broking e também um veterano de Wall Street onde passou 32 anos.

Rutter disse ao Business Insider que o plano é construir uma "estrutura" para a tecnologia blockchain para que esta seja aplicada no setor bancário, assim como desenvolver aplicações comerciais para os bancos e empresas financeiras.

Também existem outros bancos que já se inscreveram na parceria, mas que não podem ser mencionados. O Financial Times relatou que a Goldman Sachs também está envolvida na parceria.

O blockchain é o software que tanto suporta como regula a bitcoin. Na sua forma mais básica, registra a propriedade da bitcoin – dinheiro – e transações – de uma pessoa enquanto esta paga algo.

As transações são assinadas pelas partes envolvidas usando o software, que vai ser aplicado ao blockchain, e depois todas as atividades vão ser registadas numa longa sequência de código.

Uma vez que outras transações sejam criadas depois de uma troca, a transação está marcada para sempre e não pode ser alterada, da mesma forma que não é possível mudar um tijolo uma vez que este seja parte de uma parede.

O software reduz a necessidade de um "intermediário confiável" que esteja entre as duas partes de uma transação enquanto atua como intermediário. Isto faz com que as transações sejam mais rápidas, mais baratas e mais fáceis quando comparadas com as atuais operações que são utilização pelos sistemas bancários.

Os bancos estão, portanto, ansiosos para ver será possível adotar este sistema para que o mesmo utilize as divisas tradicionais, ao invés de utilizar apenas a Bitcoin.

O blockchain usa tecnologia de contabilidade aberta, ou seja, todas estas transações são livres de serem consultadas por qualquer pessoa e, ao contrário do que alguns acreditam, não estão escondidas num centro de dados privados em Canary Wharf. Qualquer um pode, teoricamente, verificar se alguém está a usar bitcoins roubadas e isto acrescenta um nível de transparência ao sistema.

Os principais bancos, incluindo o Barclays, Citi, Santander e UBS manifestaram interesse no blockchain mas esta é a primeira vez que os bancos trabalham juntos num projeto.

Rutter diz que ele começou a falar com os bancos há 15 meses atrás, depois de visitar cerca de 30 empresas de blockchain e bitcoin nas quais ele estava a pensar investir. Rutter diz:

“Surgiu a ideia de que o uso desta tecnologia em grande escala poderia ser para as finanças o que a internet foi para os meios de comunicação social.”

Rutter diz que a R3 elaborou uma "lista de desejos" do que os seus parceiros bancários querem para esta tecnologia e essa lista engloba "tudo, desde emissões, compensação e liquidação e contratos inteligentes, onde o código é o contrato e assim sendo permite aos bancos poupar nos custos que advêm com o processamento das operações."

Derek White, do banco Barclays, disse recentemente ao Business Insider que o seu banco identificou 45 possíveis usos para a tecnologia blockchain, por seu lado o Santander disse ao Business Insider que consegue identificar cerca de 25 possíveis usos para esta tecnologia.

Ele diz: "Eu acho que em termos gerais, vamos ser capazes de demonstrar que a tecnologia está apta para funcionar dentro de 1 a 2 anos. O tempo exato para desenvolver e integrar a tecnologia nos sistemas existentes é algo sobre o qual eu não sei o suficiente para poder comentar.

"O nosso objetivo é ter alguns exemplos reais de como isto poderia funcionar no já próximo ano – ou seja quanto mais depressa melhor."

Como parte da parceria, os bancos estão a investir na R3. Rutter disse: "Eu não posso revelar isso, mas tem sido comunicado que o investimento é de vários milhões. Da minha perspetiva, ao ter os bancos envolvidos, o que é de facto mais valioso é o elemento humano."

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