10 Novidades sobre a luta contra o envelhecimento
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A BioViva é a primeira empresa a aplicar terapia génica anti-envelhecimento a um ser humano. Conheça melhor aquele que poderá vir a ser o processo mais marcante da nossa era.

A BioViva foi a notícia na semana passada após anunciar que era a primeira empresa a aplicar terapia génica anti-envelhecimento a um ser humano. Mas o que faltava no comunicado de imprensa era como isso funciona, qual é a probabilidade de sucesso e quais são as consequências. A melhor maneira de abordar esse assunto é saber em primeira mão - perguntar a Liz Parrish, a CEO da empresa e ao mesmo tempo o “paciente 0”.

No dia 11 de outubro ela participou num questionário no site Reddit. Eis o que ficou claro depois dessa conferência de imprensa improvisada.

1. O que é que foi feito?

Com base nos resultados da sua própria pesquisa, a BioViva usa como vetor o AAV, ou seja vírus adeno-associado, com um transgene terapéutico inserido (por exemplo, CRISPR/Cas9). Este vetor viral, não conhecido como patogénico para os seres humanos, é injetado em várias partes do corpo, em que o vetor introduz o gene num núcleo celular (quer dizer, é efetuada uma transdução da célula). A célula começa a produzir proteínas transformadas, que são usadas no tratamento.

Há um mês atrás, médicos deram a Parrish uma série de injeições que, segundo ela, foram “intermusculares, subdérmicas e sistemáticas”. Espera-se que o tratamento, já experimentado nos animais, traga resultados positivos em humanos. Ela diz: “As terapias génicas no meu corpo são para medir os efeitos em humanos. Há muitos estudos em animais que apoiam estas terapias, mas nunca tinham sido usadas em humanos.”

2. Como saber se funciona?

Parrish será controlada através de testes mensais, e depois de um ano de “biomarcadores visuais, ressonâncias magnéticas, exames de sangue e tecidos, incluindo medição de comprimento dos telómeros” sairá o resultado final. Ela diz: “Se eu não parecer mais nova, então não funcionou”. Parrish espera que o cabelo fique menos grisalho e uma aparência mais jovem, tal como se tinha observado em ratos.

3. Já tem sentido alguns efeitos colaterais?

Passou apenas um mês. Parrish afirma que não sentiu nenhuns efeitos colaterais, dorme bem e tem “muita energia”.

4. Se a terapia funcionar, qual será o próximo passo?

Se tudo correr bem, a BioViva pretende atrair financiamento para realizar outros ensaios clínicos. Para evitar a “barreira da FDA” (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA), os ensaios serão efetuados fora dos Estados Unidos.

5. Quanto custa?

Parrish admite que este tipo de terapia será muito caro para a maioria das pessoas, embora a empresa esteja a tentar diminuir as despesas.

6. Como é que pretendem baixar o preço?

A ideia é “criar laboratórios que possam vender o cGMP (monofosfato cíclico de guanosina) a um preço reduzido.

Parrish faz uma comparação com o crescimento exponencial de computadores mais rápidos e mais baratos: “Neste sentido, as tecnologias de terapia génica são muito parecidas com tecnologia de computação. Nos anos 1960 um computador pessoal custava $8 milhões, e hoje todo mundo tem um em casa.” A BioViva espera aumentar a acessibilidade da terapia contra o envelhecimento, “ao trabalhar junto com os governos e empresas seguradoras.”

7. Então, em caso de sucesso, a terapia estará disponível em todo o mundo?

Segundo Parrish, o objetivo da BioViva é fazer com que o tratamento se torne o mais disponível e seguro possível. Ela pensa que isso leve apenas 3-5 anos: “Se os resultados forem bons, esperamos que o tratamento se torne aceitável para todo mundo, do ponto de vista económico, dentro de 3 ou 5 anos. Será uma terapia muito mais previsível e eficaz do que aquilo que estamos a fazer hoje, e o seu preço poderá ser comprado ou coberto com a assistência médica”.

8. É verdade que tais terapias aumentam o risco de cancro?

Muitos receiam que a alteração do comprimento dos telômeros aumente o risco de cancro, mas Parrish não concorda: “Os nossos ensaios em animais não mostraram o aumento do risco de cancro. Esperamos o mesmo efeito em seres humanos e estamos a controlar todos os biomarcadores de cancro conhecidos”.

9. Por que é que Parrish decidiu fazer o ensaio em si mesma?

Parrish tem 45 anos e acha que o processo de envelhecimento já se tornou uma doença que precisa de tratamento. Além disso, segundo a CEO da BioViva, o ensaio em si mesma é a única opção possível do ponto de vista ético.

10. O que podemos esperar de um futuro em que o envelhecimento será vencido?

Parrish não acha que uma vida prolongada de humanos levará à sobrepopulação ou esgotamento dos recursos. “À medida que cresce a esperança de vida, as taxas de fertilidade diminuem. Serão criadas novas tecnologias mais avançadas, os voos no espaço serão mais frequentes. Tudo isso são bons sinais para o futuro.”

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