Aproxima-se o fim do doping
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A Agência Mundial Anti-doping está a começar a pôr em prática um método que pode acabar com o uso de drogas do desporto para sempre.

O doping está de volta às notícias. A Agência Mundial Anti-doping (WADA) encontrou “falhas sistemáticas” em testes de drogas, e acusa a Rússia de subornar responsáveis para encobrir resultados positivos num relatório revelado na passada segunda-feira. Como consequência a WADA recomenda banir a Rússia de competições atléticas. Mas e se houvesse uma solução simples para terminar com o uso do doping para sempre?

Desde os incas mastigarem folhas de coca até aos antigos gregos ingerirem ópio, os humanos têm usado drogas para incrementar o seu desempenho ao longo de milhares de anos. Foi só em 1928 que a Associação Internacional de Federações Atléticas (IAAF) decidiu banir o doping no desporto – um campo em que a justiça deverá imperar sobre outros fatores.

Mas isso só funciona se a agência anti-doping conseguir detetar drogas que incrementem a performance dos atletas. Por isso, em vez de ter terminado com o doping, a única coisa que a IAAF conseguiu foi criar uma corrida interminável: a agência cria um teste fiável para uma determinada droga de melhoramento de performance. Os atletas, por outro lado, procuram novas drogas que a agência não consegue detetar. Depois a agência desenvolve novos testes e assim sucessivamente.

Depois de décadas a jogar a gato e ao rato com a a agência, os atletas encontraram aquele pode ser o mais poderoso agente de doping: o seu próprio sangue.

Para incrementar a performance atlética com o seu próprio sangue, retire sangue e guarde-o no congelador. O seu corpo compensa criando mais sangue. Depois, meses mais tarde, mesmo antes da competição, pode voltar a injetar o seu velho sangue para energia extra. Como aumenta o número de células vermelhas, também aumenta a sua capacidade de absorver oxigénio. Quanto mais oxigénio conseguir captar com cada respiração, mais energia o seu corpo conseguirá queimar e melhor será o seu desempenho.

Apesar da incrementação do desempenho ser pequena compara com o uso de drogas, pode fazer a diferença entre uma medalha de ouro e uma medalha de prata. E o sangue extra foi algo que a WADA nunca testou.

Mas a agência anti-doping não fica impávida e serena enquanto é enganada. A resposta da agência pode ser a solução que irá terminar com o doping para sempre: um passaporte atlético biológico. A ideia a registar alguns dados biológicos de um atleta através de testes feitos em intervalos regulares. A implementação parcial do passaporte, registando análises sanguíneas e níveis de esteroides começou já em janeiro de 2014.

Quando todas as características biológicas estiverem finalmente incorporadas, a WADA não precisará mais de se preocupar em encontrar novos métodos para detetar uma droga. Bastara detetar as alterações no corpo do atleta. No caso de utilização de sangue, se a contagem normal de um atleta for de, por exemplo, 47%, mas for depois registado 51% depois da competição, é provável que tenham sido utilizados métodos não permitidos.

A WADA está confidante que o passaporte biológico poderá até deter alterações genéticas – aquele que seria a forma mais poderosa e duradoura de melhor ilegalmente a performance. Se um atleta inserir um gene de melhoria de performance, tal provavelmente causará alterações detetáveis no corpo, que irá então diferir do perfil do atleta no seu passaporte biológico.

Além disso, se implementado corretamente o passaporte pode até cortar com outra fonte de batota nos eventos desportivos de alto nível: oficiais corruptos. Agências nacionais de anti-doping a destruirem os testes para esconder provas de doping, como é alegado que tenha sido feito pelas autoridades russas, será um cenário menos provável.

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