Porque é que a SpaceX impressiona

Saiba como é que a SpaceX está a revolucionar a indústria aeroespacial.

Quando o empresário milionário Elon Musk criou a SpaceX em 2002, ninguém poderia prever o quão rápido Musk levaria longe a empresa.

Este dezembro, a SpaceX concretizou um dos sonhos de Musk de ter uma frota de foguetões reutilizáveis ao lançar o foguetão Falcon 9 no espaço e ao fazer aterrar o seu primeiro estágio na Terra, completamente intacto.

Este ato incrível é apenas o mais recente numa série de marcos importantes para a SpaceX que está a abrir caminho em direção a uma nova era de viagens espaciais que não se parecem com nada do que já vimos.

Aqui ficam nove maneiras de como Musk e a sua empresa já tornaram a indústria de viagens espaciais naquilo como a conhecemos hoje:

Em 2002, Elon Musk criou a SpaceX com o intuito de revolucionalizar a indústria de viagens espaciais. A empresa teve um início lento: no fim do ano 2002 tinha 14 empregados que aumentaram para 160 até novembro de 2005. Hoje, dá emprego a mais de 4000 pessoas e é a fornecedora de serviços de lançamento com o crescimento mais rápido no mundo.

A SpaceX é uma das poucas empresas de voos espaciais que desempenha o papel de fabricante aeroespacial e fornece serviços de lançamento. Tal significa que a empresa projeta e produz muitos dos elementos internos dos foguetões, incluindo a propulsão do foguetão Merlin 1D "tipicamente norte-americana" para o Falcon 9.

Como a empresa produz a maior parte do seu equipamento, a SpaceX tornou-se num dos concorrentes mais fortes no mercado aeroespacial. Em 2014, o CEO e fundador da empresa, Elon Musk, sugeriu os seus serviços à Força Aérea dos EUA dizendo que cada lançamento de satélites para órbita custa apenas 90 milhões de dólares, em comparação com 460 milhões da empresa United Launch Alliance.

Seis anos depois de Musk ter criado a SpaceX, a empresa lançou o seu primeiro foguetão, chamado Falcon 1, em órbita. Pela primeira vez na história, uma empresa privada construiu e lançou para o espaço um foguetão de combustível líquido. Para a SpaceX, este foi o primeiro lançamento bem sucedido.

Até 2012, a SpaceX completou o seu foguetão de próxima geração Falcon 9 e construiu a nave espacial Dragon, capaz de atracar com a Estação Espacial Internacional. Em maio de 2012, a SpaceX tornou-se a primeira empresa privada cujo carga útil foi enviada para a EEI.

Hoje a SpaceX permanece a única empresa de naves que é capaz de enviar e fazer regressar cargas úteis grandes, o que tem a importância crucial para a ciência espacial. Há uma outra aeronave com capacidade equiparável, a russa "Soyuz", mas é concebida para transportar pessoas e não projetos científicos.

No primeiro estágio do Falcon 9 funcionam 9 propulsores Merlin 1D. Se um deles desligar durante o lançamento, o foguetão ainda poderá levar a carga útil para o espaço e continuar a missão. Para comparar, os primeiros estágios dos foguetões Orbital Antares e Atlas V baseiam-se num ou dois propulsores gigantes. Se um desligar, o foguetão não terá energia o suficiente para alcançar a velocidade de escape.

Antes de 2013, a SpaceX era já pioneira em muias áreas do setor espacial privado, mas o resto do mundo não viu nos êxitos da empresa nada de especial: as agências espaciais governamentais tais como a NASA e Roscosmos já tinham lançado no espaço foguetões de vários tipos.

Tudo mudou em 2012, quando a SpaceX começou a testar o seu primeiro foguetão reutilizável chamado Grasshoper na sua base em McGregor, Texas. Pela primeira vez na história, o mundo presenciou algo revolucionário: um foguetão que podia aterrar sozinho depois do lançamento. Em 2013, o Grasshopper foi cancelado.

Em 2014, Musk processou o governo federal para levantar o monopólio que a concorrente da SpaceX, a United Launch Alliance, tinha sobre lançamentos de segurança nacional, que são contratos extremamente lucrativos com a Força Aérea dos EUA.

Segundo Musk, a SpaceX pode prestar os mesmos serviços por um quinto deste preço, o que não só beneficiará à Força Aérea, mas também os contribuintes norte-americanos. Mais tarde, nomeadamente em 2015, a SpaceX foi certificada para competir por estes contratos.

Em dezembro deste ano, a SpaceX fez pousar com sucesso o primeiro estágio do Falcon 9 depois de duas tentativas em janeiro e abril. O Falcon 9 tornou-se o primeiro foguetão reutilizável na história que aterrou com sucesso depois de completar uma missão. Diferentemente do Grasshoper ou New Shepard da produção da empresa de Jeff Bezos Blue Origin, o voo não foi de teste, mas antes com carga útil: o foguetão enviou 11 satélites de Orbcomm para órbita terrestre baixa.