Kim Kyung-Hoon/Reuters
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Perito afirma que os robôs farão com que a maioria dos humanos fiquem desempregados dentro de 30 anos.

Acredita-se que os desenvolvimentos na robótica e na inteligência artificial criarão uma revolução no local de trabalho como nenhuma outra vista desde o princípio da era industrial.

O ritmo a que os robôs e as máquinas de inteligência artificial são capazes de ocupar funções anteriormente desempenhadas por humanos irá resultar em que mais de metade da população esteja desempregada nos próximos 30 anos, afirma um perito em computação.

Enquanto muitos anseiam por uma vida de lazer, muitos outros enfrentam o pavor da perspetiva de desemprego no longo prazo como resultado da emergência de máquinas inteligentes, dos carros autodirigíveis aos bots de trading utilizados nos mercados financeiros, afirma Moshe VArdi, professor de engenharia de computação na Universidade de Rice, em Houston, Texas.

Falando no encontro anual da Associação Americana para o Avanço das Ciências em Washington, o professor Vardi previu que os desenvolvimentos na robótica e na inteligência artificial criarão uma revolução no mercado de trabalho como nenhuma outra vista desde o princípio da era industrial, há mais de dois séculos atrás.

“Estamos a aproximar-nos de uma era em que as máquinas serão capazes de superar os humanos em quase qualquer tarefa. Acredito que a sociedade necessita de confrontar esta questão antes que seja demasiado tarde”, disse o professor Vardi.

“Acredito que, por volta de 2045, as máquinas serão capazes de fazer uma fração muito significativa do trabalho que um homem consegue. A questão seguinte, portanto, aparenta ser de importância absoluta: se as máquinas são capazes de fazer quase todos os trabalhos que os humanos fazem, então o que farão os humanos?” “Ouvimos falar do Google Car. Há milhões de pessoas que ganha a vida como condutores, desde condutores de autocarros a taxistas.” “Que tipo de emprego terão essas pessoas?”

Modelo de um carro auto-conduzido da Google

A mesma questão foi colocada por gerações sucessivas desde o princípio do século XVIII. Os economistas têm argumentado, porém, que enquanto é verdade que os avanços na automação e tecnologia substituíram muitos empregos ao longo das décadas, também criaram novas carreiras que não poderiam ter existido antes. Mas o professor Vardi, por outro lado, afirma que isso é como afirmar que “nunca poderemos pescar demais nos oceanos porque há sempre mais peixe no mar”.

Segundo ele, o que torna agora as coisas diferentes é a capacidade de programar computadores e microprocessadores com um nível de inteligência que os coloca a par com pessoas em muitas áreas altamente técnicas que antes eram consideradas inacessíveis pela robótica.

“A questão que eu quero colocar é se a tecnologia que estamos a desenvolver beneficia realmente a humanidade. Uma resposta típica é que se as máquinas fizerem todo o nosso trabalho, então estaremos livres para perseguir atividades de lazer”, disse ele. “Este não me parece um futuro promissor, pois eu não vejo a perspetiva de uma vida apenas de lazer como apelativa. Eu acredito que o trabalho é essencial ao bem-estar humano. A humanidade está prestes a enfrentar o seu maior desafio de sempre, que é encontrar significado na vida após o fim da necessidade de trabalhar.”

Alicia Vikander no filme "Ex Machina"

“É preciso que estejamos à altura da ocasião e respondamos ao desafio. Será um dos mais importantes assuntos políticos dos próximos 25 anos, e estamos agora num ano de eleições [nos EUA] e ninguém o está a debater.”

O professor Vardi produziu números que mostram como o crescimento da riqueza nacional dos EUA subiu em paralelo com o aumento da produção fabril. Mas por volta de 1980 a riqueza das famílias começou a decair, à medida que muitos postos de trabalho altamente técnicos e bem pagos foram distribuídos a máquinas.

“Tem havido um desfasar entre a riqueza nacional e os rendimentos das famílias, e há razões para acreditar que a automação seja um dos fatores principais nesse desfasar”, disse ele. As alterações na automação são dramáticas e podemos realmente esperar, por exemplo, que a condução seja completamente automatizada nos EUA dentro de 25 anos. Mesmo assim 10% dos postos de trabalho nos EUA envolvem dirigir veículos. Muitos desses postos de trabalho irão desaparecer.”

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