O Bugatti Chiron - rápido, poderoso e bonito - surpreendeu os próprios representantes.
O sucessor do Veyron, apresentado no Salão Automóvel de Genebra, poderá ser o carro de produção mais rápido do mundo – e o mais luxuoso também. A Bugatti apresentou o Chiron (“sheer-on”), o sucessor do Veyron de 2,4 milhões de euros, numa festa exclusiva em Genebra na noite da passada segunda-feira. O carro é mais rápido, poderoso e bonito que o seu antecessor. O presidente da Bugatti, Wolfgang Durheimer, avançou que mal podia acreditar na melhoria alcançada.
“Perguntámos a nós próprios ‘O que é que se faz quando já se construiu o melhor super carro do mundo?’” – Afirmou. “A Bugatti teve de dar um passo mais longo. É difícil de acreditar que conseguimos.”
O Chiron, com 1.500 cavalos, tem um motor W16 suportado por uma nova tecnologia que reforça o turbo. Apresenta um binário de 1.600 Nm e um chassis completamente novo projetado para uma melhor rigidez e manuseio. Os engenheiros da Bugatti afirmam que apresenta uma curva de potência linear única que alcança os 100km/h em menos de 2,5 segundos e os 186km/h em pouco mais de 13 segundos. (Na verdade, quem tenha conduzido o Veyron pode atestar a quase inquietante sensação de jet sentida). A velocidade máxima no painel de instrumentos é de 500 km/h no entanto os representantes sugerem que o carro ultrapassa essa velocidade.
Durheimer é bem conhecido pela sua paixão devota pelo automobilismo. Disse-me em tempos que um dos momentos altos da sua vida foi ver um Bentley definir o recorde de velocidade no gelo na Finlândia em 2011.
O condutor poderá escolher entre cinco modos de condução: o Auto EB, para condução diária em condições normais; o Autobahn, que ajusta a suspensão para velocidades mais altas (quando em autoestrada); o Handling, criado especialmente para a diversão numa pista de corrida; o Lift, que permite um acesso mais fácil a rampas e garagens; e o Top Speed, ativado por uma chave de velocidade-máxima e para ser utilizado apenas nas mais extremas circunstâncias.
Durante o lançamento os executivos da Bugatii enfatizaram a natureza “bela e monstruosa... Mas mais monstruosa” da máquina. Apresenta um novo sistema aerodinâmico que muda de acordo com a velocidade e condições (toda a extremidade traseira é de fibra de carbono e o carro vem com um monocoque de carbono), travões maiores ao nível da F1 (em pneus maiores, com 50 cm) e um sistema de exaustão de titânio.
São aspetos que procuram melhorar a performance da condução mas que também procuram tornar o carro bonito considerando padrões convencionais – em vez de fazer com que pareça uma enorme máquina crua e pontiaguda.
As saídas de ar de lado, os para-lamas alongados e as luzes LED quadradas na parte frontal parecem extremas mas bem acabadas – como um predador que evoluiu para combinar pura potência com precisão elegante.
“Uma cintura pequena com quadris largos é algo que também funciona bem em carros.” – Afirmou um dos designers.
No interior o carro mantém a excelência do exterior. O painel de instrumentos inclui um velocímetro analógico compensado por um medidor IHM de lado. Oferece ainda assentos leves com a palavra “Chiron” por todo o lado e um conjunto de bagagem de pele da Bugatti Chiron. O C-bar iluminado no interior é o mais longo condutor de luz da indústria automóvel.
“O que você vê é o que você tem.” – Vangloriou-se Durheimer, querendo dizer que tudo o que parece pele é pele e tudo o que parece aço ou carbono é aço ou carbono.
Talvez esse minuto de atenção dispensado aos detalhes – combinado com o melhor desempenho possível – tenha feito com que um terço da produção de 500 unidades já esteja apalavrada. O modelo estará oficialmente à venda ainda este ano.