Demos uma olhadela a uma mina bitcoin na Islândia
A Bitcoin está a crescer bastante – está a bater recordes não vistos desde fevereiro de 2014
O crescimento da bitcoin representa ótimas notícias para os “mineiros” da Bitcoin, as pessoas responsáveis pela criação das novas bitcoin.
A infraestrutura é a espinha dorsal da bitcoin. Qualquer um que contribua com poder informático para ajudar a processar transações na rede é recompensado com a possibilidade de “minerar” bitcoin.
Em troca da ajuda para manter a rede em funcionamento, tem a oportunidade de receber recém-criada moeda digital.
O pagamento torna todo o processo – com o equipamento certo – incrivelmente lucrativo. Tem ajudado a gerar uma indústria significativa e surreal.
É possível “minerar” em casa e são muitas as pessoas a fazê-lo. No entanto, também têm surgido empresas dedicadas à “mineração” e algumas valem dezenas de milhões de dólares.
Estas empresas constroem centros de dados enormes, ou “minas”, que consomem grandes quantidades de energia e realizam computação em busca de ouro digital.
Segue-se uma olhadela a uma dessas “minas”:
Estas fotografias são da Genesis Mining, uma empresa de “mineração” na nuvem. Permite aos clientes “minerar” utilizando a sua “nuvem” sem terem de comprar hardware especializado.
É tecnicamente possível “minerar” a partir de qualquer computador mas não é rentável fazê-lo se não tiver o kit certo. O modelo Genesis é uma opção.
A empresa teve minas na Bósnia e na China – e atualmente a maioria das suas operações está baseada na Islândia.
O país detém três qualidades muito importantes para a “mineração”: energia barata, bom acesso à internet e clima frio.
O clima é incrivelmente importante. O hardware de mineração gera uma tremenda quantidade de calor e utiliza grandes quantidades de energia. Se conseguir poupar em custos de arrefecimento devido à temperatura natural, tal representa a diferença entre perder dinheiro e obter lucro.
Mesmo assim, o consumo de energia elétrica da Genesis é significativo. Marco Streng, CEO, avança que as empresas de energia “oferecem passeios de helicóptero sempre que chegam” e especula que poderão ser um dos maiores utilizadores individuais de energia do país.
Assumindo que obtém um bom negócio quanto à eletricidade – e ignorando todos os outros custos – Streng afirma que uma bitcoin custa atualmente cerca de 200 dólares a “minerar”. Para referência, uma bitcoin vale atualmente 690 dólares.
No entanto existem muitos outros custos, incluindo hardware, custos de produção, recursos humanos, entre outros. De acordo com Streng “Penso ser justo supor que a [mineração] representa cerca de 20% do valor de compra.”
Streng afirma que a “mineração na nuvem comporta um grande problema de confiança.” Os clientes nunca chegam a ver ou a possuir hardware de mineração – colocando-se em risco de fraude.
Podem surgir esquemas Ponzi, com os perpetradores a utilizar o dinheiro dos clientes para pagar a anteriores clientes, mantendo a maioria para si próprios. “Nunca chegam a possuir as suas próprias instalações de mineração. Apenas tiram fotografias de outras empresas, recorrem a Photoshop e fingem que são as suas.”
A Genesis não lida apenas com bicoin. Também lida com Ethereum – outro tipo de moeda digital que suporta aplicações descentralizadas e “contratos inteligentes” que se executam automaticamente.
O preço da Ethereum é atualmente de 16,70 dólares e Streng afirma que a eletricidade para mineração ronda 3,85 dólares.
Segue-se mais uma imagem das operações de mineração da Genesis. Existem mais de 10.000 GPU de mineração nesta divisão.
Quais as condições na própria mina? Num vídeo promocional, o CTO Stefan Schindler é sincero: “Trabalhar dentro de uma mina bitcoin é absolutamente terrível.”
“É estar rodeado por máquinas que estão a ‘gritar’ consigo constantemente. (...) É como se estivesse a ouvir jatos a levantar e a aterrar sem parar.” O calor é outro fator – partes das instalações chegam a atingir 40ºC a 50ºC.
Segue-se um vídeo da Genesis a criar uma nova instalação na Islândia. A empresa tem diversos colaboradores a tempo inteiro, incluindo especialistas em internet e energia elétrica, e conta com mais apoio laboral quando estabelece novas instalações.