A última novidade do Snapchat vem “abanar” o Facebook e o Instagram
O Snapchat está a alcançar a Apple (NASDAQ: Apple [AAPL]), Google (NASDAQ: Alphabet Class A [GOOGL]) e Facebook (NASDAQ: Facebook [FB]) e a afastar-se cada vez mais das suas raízes como plataforma de mensagens “efémera” com a sua nova funcionalidade Memories (Memórias).
Os utilizadores do Snapchat podem agora salvar os seus snaps numa nova secção da aplicação, acessível quando se desliza para cima a tela da câmara. A partir daí também podem procurar fotografias guardadas, tanto cronologicamente como com palavras-chave. A aplicação é capaz de reconhecer objetos nas fotografias – mas não espere pesquisas inteligentes ao nível da Google para já.
Além de poderem rever fotografias antigas os utilizadores poderão voltar a publicar fotografias no Snapchat. Snaps antigos (com mais de um dia) são explicitamente marcados como sendo do passado, com um enquadramento especial, mas os mais recentes podem ser republicados normalmente: perfeito se, por exemplo, gostava de ter partilhado aquele snap perfeito com toda a gente e não apenas com o seu melhor amigo.
A empresa também criou uma “gaveta” especial para esconder os snaps que poderá querer manter – contudo, escondidos. A secção “My Eyes Only” é bloqueada com uma palavra-passe (ou frase-passe) e nem mesmo o Snapchat poderá desbloqueá-la remotamente. Logo, não se esqueça da mesma. O Snapchat avança que tal irá ajudá-lo a “evitar momentos embaraçosos quando um amigo se depara com um snap que era apenas para si” – sendo a única empresa que reconhece que mostrar fotografias em pessoa envolve muitas vezes o gesto desajeitado de garantir que quem vê... Não vê mais do que é suposto.
“Percebemos que os Snapchatters querem sentir-se confortáveis a mostrar as suas Memórias aos seus amigos quando estão juntos.”
Toda a atualização, que será lançada “seletivamente” ao longo do mês a utilizadores individuais, leva o Snapchat a mover-se para cada vez mais longe das suas raízes originais – como plataforma de mensagens efémeras.
O pitch inicial do Snapchat era o de um serviço que não armazenava nada por muito tempo. Os snaps eram apagados depois de vistos e durante muito tempo não houve sequer forma de salvar um snap.
No entanto, em quatro anos de desenvolvimento, e particularmente nos últimos 12 meses, essa abordagem começou a ser discretamente desfeita. Os utilizadores podem reproduzir cada snap uma vez, podem publicar snaps em “histórias”, onde podem ser vistos sem limite durante 24 horas depois de terem sido publicados – e o Snapchat introduziu o botão salvar e, agora, a funcionalidade Memórias, que permite que guarde os seus melhores snaps para sempre.
A iniciativa representa as ambições do Snapchat de ir mais além – tornando-se uma rede social “permanente” tal como o Facebook. A empresa teve sempre esse objetivo – recusando uma oferta de aquisição de 3 mil milhões de dólares por parte do Facebook em 2013 – mas tem-se aproximado do mesmo lenta e metodicamente, por vezes a partir de ângulos que os concorrentes não esperam.
O principal efeito do Memórias poderá ser levar os utilizadores a considerarem o Snapchat a sua principal aplicação de câmara e sistema de armazenamento de fotografias, o que poderá ser um golpe para o Facebook e Instagram, bem como para as tradicionais aplicações de armazenamento de fotografias como a Apple e Google Photos. O Snapchat até está a fazer back-up de todas as fotografias do Memórias na nuvem, gratuitamente e sem limite de armazenamento.