Guia do Pokémon GO para totós

O jogo-aplicação-sensação de que toda a gente fala

O Pokémon Go tanto surge como uma experiência revolucionária para smartphones como uma moda potencialmente fatal — a resposta depende da pessoa a quem pergunta. De qualquer das formas, segue-se uma descrição geral da aplicação que subiu para o topo nos rankings de descargas de aplicações e contribuiu para o aumento do valor de mercado da Nintendo Co (TYO: 7974), em milhares de milhões de dólares.

O novo jogo lançado na semana passada para iOS e Android já bateu recordes nos Estados Unidos, na Austrália e Nova Zelândia. No entanto, ainda não está disponível noutros lugares. O jogo segue a premissa básica do Pokémon, um jogo de vídeo e uma série japonesa de anime onde aventureiros viajam pelo mundo à procura de "monstros de bolso" para treinar e lutar. A aplicação permite aos utilizadores vaguear pelo seu bairro à procura de personagens Pokémon que aparecem como se fosse na vida real (ou seja, no seu telemóvel).

Depois de descarregarem a aplicação e de criarem uma personagem, os utilizadores veem uma versão do Google Maps ao estilo anime — que esconde os nomes das ruas e substitui “marcos” da vida real por edifícios específicos. Enquanto os utilizadores navegam no mundo real, as suas personagens do jogo imitam os seus movimentos e encontram aleatoriamente personagens Pokémon – que, com sorte, serão capazes de prender e adicionar às suas equipas.

Além de recolherem centenas de Pokémons raros – que podem ser considerados animais de estimação virtuais, que os utilizadores devem treinar e cuidar – os jogadores também se juntam a três equipas globais e lutam por território. Além do apelo digital, os utilizadores dizem que gostam de como a aplicação os estimula a explorar as suas cidades e a interagir com os outros. Duas mulheres na Nova Zelândia, por exemplo, alugaram um caiaque para reivindicar um território no meio da baía de Wellington.

À medida que os utilizadores adquirem e fortalecem mais Pokémons, utilizam-nos para lutar com outros jogadores pelo controlo de ginásios Pokémon que estão espalhados pelo mundo. Os utilizadores divertem-se a construir equipas de Pokémons fortes e únicos e associam-se a uma de três equipas – Instinto, Místico ou Valor. Pressupõe-se que um ginásio fortalece o ranking global de cada equipa.

O jogo é gratuito, porém os utilizadores podem comprar itens na própria aplicação em vez de irem a algum lugar na vida real. Ir até ao PokeStop no jogo, por exemplo, pode permitir ao utilizador recolher itens raros. Por sua vez, os jogadores preguiçosos e que não querem procurar um PokeStop podem simplesmente comprá-lo.

A Nintendo possui uma parte da Niantic Inc., a criadora do jogo sediada em São Francisco. Os investidores estão a apostar que a estreia impressionante do jogo represente que milhões de utilizadores venham a comprar itens virtuais e que empresas venham a pagar para fazer publicidade no jogo. A Pokemon Co., que é uma empresa separada da Nintendo, também possui uma parte da Niantic – bem como a Google Inc (NASDAQ: Alphabet Class C [GOOG]).

Segundo dados de analistas da aplicação, só nos Estados Unidos jogadores de iOS estão a gastar cerca de 1,6 milhões de dólares por dia em transações dentro da aplicação Pokémon Go. Os valores das receitas para Android não foram divulgados. A popularidade do Pokémon Go parece ser tão imparável que a App Annie, empresa de análises, estima que o lucro venha a superar mil milhões de dólares dentro de um ano.

Vaguear por lugares públicos com o olhar fixo no smartphone atrai problemas. Segundo media locais, uma caça à noite por Pokémons no Missouri levou alguns jogadores a uma armadilha criada por assaltantes armados. Entretanto, as autoridades norte-americanas responsáveis pelos transportes pediram aos jogadores para não jogarem enquanto dirigem, avisando no seu Twitter oficial: "Olhos para cima, Poké Balls para baixo."