Portugal é o que se qualifica pior entre os países resgatados da zona euro no índice de desenvolvimento humano, atrás da Irlanda, da Espanha e mesmo da Grécia.
Segundo o Relatório do Desenvolvimento Humano da ONU revelado hoje (segunda-feira), Portugal mantém a posição 43 no Índice de Desenvolvimento Humano de 2015, num total de 187 países.
O cálculo do índice é feito com base em três dimensões do desenvolvimento humano: uma vida longa e saudável, o acesso ao conhecimento e um padrão de vida decente. Dessa forma são tidos em conta factores como a esperança media de vida, os anos de escolaridade de cada cidadão e o Produto Interno Bruto (PIB) per capita.
Apesar de tudo, Portugal continua no grupo dos países com desenvolvimento humano muito alto e tem uma pontuação de 0.830.
Em 2014, a esperança média de vida no país era de 80.09 anos, a média de anos de escolaridade de 8.2, os anos de escolaridade esperados 16.3 e o rendimento bruto per capita de 25.757 dólares.
Porém, os dados revelam um desaceleramento no crescimento. Nos anos 90, o índice crescia a 0.97 por cento ano, na década seguinte a 0.47 e, desde 2010, abrandou para 0.33. Recordemos que em 2009, antes do resgate, o país estava no 34.º lugar.
São poucos os países europeus com pontuações inferiores a Portugal e, entre os intervencionados pelo FMI, é o que se qualifica pior (a Irlanda está em 6º, empatada com a Alemanha e ultrapassando os EUA, Espanha em 26.º e a Grécia em 29.º).
No entanto importa realçar que o país apresenta bons resultados em alguns dos indicadores, como em termos de igualdade de género, em que está em 20.º lugar.
O ranking é liderado pela Noruega, seguida da Austrália, Suíça, Holanda, Alemanha, Irlanda e Estados Unidos. Os últimos lugares são ocupados pelo Burundi, Chade, Eritreia e República Centro-Africana.
O índice insere-se no relatório anual do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado hoje em Adis Abeba, na Etiópia.
O relatório, intitulado “Trabalho para o Desenvolvimento Humano”, analisa as ligações, positivas e negativas, entre o trabalho e desenvolvimento humano num mundo em rápida transformação, motivada pela globalização, revolução tecnológica, transições demográficas e muitos outros factores.
Segundo os autores do relatório, estas alterações criam oportunidades, mas também riscos, e por isso defendem uma noção mais ampla de trabalho, que inclui trabalho não remunerado, e uma série de recomendações políticas em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, aprovados em Setembro pela ONU.