O adeus a Paulo Portas
REUTERS/Cristobal Saavedra
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O histórico dirigente centrista afirma que a sua saída “não deve ser olhada como um problema mas como uma oportunidade”, para “renovar, reposicionar, recomeçar e reflectir”.

Na sua declaração ao final da noite de ontem Paulo Portas apontou três razões para decidir não se recandidatar à liderança do partido no XXVI congresso, nomeadamente o tempo que já leva na presidência dos centristas, a esperança que diz ter na “nova geração do CDS” e o ciclo político aberto com a queda do Governo PSD/CDS e substituição pelo Executivo de António Costa.

“Dou hoje por terminado esse ciclo de liderança e essa etapa da minha vida. Consequentemente não serei mais candidato a presidente do partido e no XXVI congresso passarei o testemunho”, anunciou na segunda-feira o líder centrista, no final da reunião da comissão política do CDS.

“Tempo que baste”, foi a forma como Paulo Portas descreveu os quase 16 anos que leva de liderança, lembrando que se se candidatasse agora teria de estar disponível “provavelmente para vários mandatos por vários anos, os da oposição e os da reconquista”, levando para lá de duas décadas o exercício da presidência, sendo que tal “não é politicamente desejável”.

Numa retirada que “não deve ser olhada como um problema mas como uma oportunidade”, para “renovar, reposicionar, recomeçar e reflectir”, Paulo Portas manifestou “esperança” na “nova geração do CDS”, que considerou a mais bem preparada. Sobretudo para os próximos anos, em que “nada ficará como dantes” depois das eleições de 4 de Outubro.

Em jeito de premonição Portas avisou:

O centro-direita só voltará a ser Governo com maioria absoluta de deputados e qualquer outro cenário será um risco fatal.

Centrando o discurso nas legislativas de 4 de Outubro Portas, insistiu em recordar o Governo “saído da vontade popular (…) que as esquerdas expulsaram” no Parlamento depois de eleições vencidas “democraticamente” para dar lugar a um Executivo “instável que faz concessões à utopia”.

Já para o PSD e Passos Coelho – parceiro de coligação com que chegou a entrar em ruptura no verão de 2013 – reservou palavras de apreço, mas lembrou que com o fim da “Portugal à Frente” o CDS “recuperou a sua autonomia estratégica”.

Por último, recordou o “Non abbiate paura”, a frase de 37 anos com a qual João Paulo II - “porventura, a personalidade que mais marcou a minha geração” – começou o seu pontificado, pedindo a abertura dos Estados, dos sistemas económicos, políticos, da civilização e de desenvolvimento. “Não tenham medo. Não tenham medo. (…) Não tenham medo, confiem, o CDS vai ser capaz”.

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