Commerzbank: “Portugal é a nova criança problemática” da Europa
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Num relatório fulminante, economistas do influente Commerzbank dizem que Portugal arrisca-se a ficar na mesma situação que a Grécia.

Segundo o banco alemão o novo Governo português está a levar a cabo uma “mudança fundamental da política” que levará a um aumento da dívida e a uma erosão da competitividade, aponta o Observador. Num relatório demolidor, o influente banco alemão Commerzbank diz que rapidamente a situação portuguesa pode evoluir para algo muito parecido ao que viveu a Grécia no último verão. Se o rating da agência DBRS cair, Portugal deixará de contar com o respaldo decisivo das compras de dívida por parte do BCE. A menos que peça um novo resgate, nota o banco alemão.

Assim temo que Portugal voltou a ser “uma criança problemática” na zona euro, afirma o banco. Os receios do Commerzbank e de vários outros bancos de investimento no período pós-eleições estão a materializar-se.

“O novo Governo em Portugal está a passar das palavras aos atos e já está em curso uma mudança fundamental da política económica”, lamentam os economistas Ralph Solveen e Jörg Krämer, este último economista-chefe do banco alemão.

No relatório o banco alemão faz inúmeras críticas às medidas já anunciadas pelo Governo, começando pelo regresso dos quatro feriados e a intenção de fazer voltar os 25 dias de férias por ano para os funcionários com “poucas” faltas. O banco alemão fala aos seus clientes, também, da reversão dos cortes salariais na Função Pública e, olhando para o Programa de Governo, critica medidas como a “reversão da liberalização do mercado de trabalho, com o fortalecimento dos contratos coletivos de trabalho”. Esta é uma de várias preocupações que o Commerzbank partilha com a Comissão Europeia.

O Commerzbank acredita que “ainda mais grave [do que as questões das contas públicas] é a alteração das regras do mercado de trabalho e os custos mais elevados para as empresas” que daí advirão. Todos os progressos obtidos nos últimos anos, com uma redução dos custos do trabalho que é importante para a atração de investimento estrangeiro, estão em risco, diz o Commerzbank, salientando que isso foi “uma razão enorme para a recuperação registada na economia portuguesa”, incluindo os ganhos no campo do emprego e do consumo privado.

Por este motivo o Commerzbank alerta os seus clientes para a probabilidade de os planos de Mário Centeno saírem furados.

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