Risco da dívida em níveis de 2014
Rafael Marchante/Reuters
Página principal Breves, Portugal

Os juros dívida portuguesa a 10 anos está acima dos 3% e o “spread” (diferença entre a portuguesa e a alemã) está ao nível mais elevado desde Março de 2014.

Como noticia o Económico, os juros a meio da manhã estavam a subir para 3,203%, na maturidade a 10 anos, no primeiro dia de negociação após terem sido apresentadas as medidas do Orçamento do Estado para 2016, e que prevêem um reforço da carga fiscal para alcançar as metas de Bruxelas relativamente ao défice.

O aumento do spread deve-se ao facto de que os juros da dívida em Portugal seguem a agravar em todas as maturidades. Pelo contrário, os juros da dívida alemã estão a aliviar, com os investidores, avessos ao risco, a apostar nesta dívida, em detrimento da dos periféricos. Com a noção de aumento do risco, os investidores tendem a seguir ativos considerados mais seguros.

A tendência de refúgio na dívida alemã tem-se refletido nos últimos dias na descida dos juros da sua dívida em mercado secundário. Pelo contrário, as yields da dívida portuguesa sobem. Em consequência, o spread da dívida portuguesa está em máximos de meados de Março de 2014 (ainda tempos de debate em torno das dívidas soberanas dos países periféricos), acima dos 300 pontos base. Antes desta segunda-feira, só a 20 de Março de 2014 esse patamar tinha sido superado.

Nos restantes países periféricos, as yields da dívida estão, tal como no caso de Portugal, em alta, mas, tanto em Espanha como Itália, o agravamento na sessão não vai, nesta segunda-feira, além dos 5 pontos base.

Se compararmos a evolução da subida das yields destes países com a portuguesa, o cenário é ainda mais desastroso. Nem o impasse político vivido em Espanha, nem as dúvidas relativas ao desempenho do sistema financeiro italiano colocam tanta pressão sobre as respetivas taxas de juro em mercado secundário. O spread da dívida portuguesa face à italiana está em máximos de Março de 2014. Em relação às yields espanholas, a diferença entre o que os investidores pedem para a dívida de Espanha e a da República é a maior desde Janeiro de 2014. O spread está nos 157,36 pontos base. No ano passado (após o início de compra de ativos por parte do Banco Central Europeu), chegou a estar abaixo dos 40 pontos. Aquando das eleições legislativas em Portugal, estava nos 53 pontos base.

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