Varoufakis diz que portugueses estão condenados à austeridade
Fabrizio Bensch/Reuters
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O mediático ex-ministro das finanças grego afirmou que "o Governo português teve de aceitar a austeridade antes mesmo de ter sido formado".

Yanis Varoufakis disse ontem (8 de fevereiro) à agência Lusa em Berlim que "os portugueses não serão capazes de ultrapassar a austeridade" imposta por Bruxelas, apesar da "boa vontade" por parte do executivo recém-eleito.

"Não, os portugueses não serão capazes de ultrapassar a austeridade e não se trata de uma questão de boa vontade do Governo. Para poder governar, o executivo teve de aceitar as regras da Europa e isso significa austeridade", referiu Varoufakis à agência Lusa, à margem de um debate sobre Democracia na Europa, que decorreu hoje em Berlim.

O ex-ministro grego exemplificou com o caso do Governo do seu país, "que lutou cinco ou seis meses contra a austeridade e acabou por cair", acrescentando que "o governo português teve de aceitar a austeridade antes mesmo de ter sido formado".

Varoufakis afirmou acreditar que anos de políticas económicas autoritárias "só podem ser mudados ao nível da Europa e essa é a razão para a criação do DiEM", referindo-se o lançamento do movimento de esquerda pan-europeu "Democracy in Europe Movement 2025 - DiEM25" (Movimento para a Democracia na Europa), agendado para terça-feira em Berlim.

Marisa Matias, a eurodeputada do Bloco de Esquerda que foi candidata nas recentes eleições presidenciais, também participou no debate com o ex-ministro grego em Berlim, durante o qual referiu que "a criação de um novo movimento político a nível internacional não pode ser usado para justificar os fracassos ao nível nacional".

A eurodeputada acrescentou que Bruxelas tem de respeitar a vontade democrática dos portugueses, porque "o povo português não é menos do que o inglês", referindo que, "se cada vez que a Inglaterra ameaça com a saída da UE, se encontram soluções em temas tão centrais como circulação de pessoas que são no fundo os valores europeus", as instituições europeias devem aplicar o mesmo tratamento de cedência a outros países.

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