Hugo Correia/Reuters
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O Partido Socialista deseja mudanças no Banco de Portugal. Os representantes do partido não pediram claramente a substiuição do Governador, Carlos Costa, mas fica nas entrelinhas que é isso que querem.

Carlos César, o líder parlamentar dos socialistas, argumentou hoje que devem haver mudanças no governante bancário para resolver os problemas pendentes e restabelecer a confiança interna e externa. César não nega, mas também não afirma que o quer, destacando que são precisas mudanças, mas “não muito radicais”.

Depois de o primeiro-ministro ter comentado a atuação de Carlos Costa na negociação sobre a situação dos lesados do Banco Espírito Santo, esta quinta-feira, Carlos César informou os jornalistas, aumentando a pressão:

“Há uma realidade com que os portugueses vivem que é de alguma falta de confiança ou pelo menos uma avaliação frágil, quer dos depositantes quer dos utilizadores do sistema bancário em relação ao regulador e ao Banco de Portugal. É bom dizê-lo que essa fragilidade que tem sido detetada na ação do Banco de Portugal não tem sido minorada, pelo contrário tem sido agravada.”

Em parte, por causa da situação dos lesados do BES, em que, segundo César, o governador tem-se comportado com uma “lentidão excessiva na tomada de decisões que são necessárias para que esse processo tenho o andamento adequado”.

E por essas razões o PS insiste que há-de ser encontrada uma saída dentro do Banco de Portugal. Em resposta à pergunta se pede por alterações, Carlos César afirmou que “o regulador deve ser mais regenerado” e mais pró-ativo, mas não quer atitudes “radicais”.

“Estou convencido que alterações no Banco de Portugal muito radicais, numa fase em que há fragilidades múltiplas no plano interno e externo, não é a prioridade”, disse.

No entanto, fica pendente a ideia de que a demissão de Carlos Costa não seria uma mudança drástica. Perguntado sobre se o melhor para essa reestruturação do governador seria a saída de Carlos Costa, uma vez que se depreende das palavras e ações dos governantes que não têm confiança no regulador, César é moderado, mas pede mais ação.

Não devem existir perturbações excessivas no BdP que agravem as fragilidades que hoje já conhecemos no sistema financeiro e na confiança interna e externa quer no regulador quer nos bancos em geral”, disse. Mas a saída seria “no imediato, “que o governador resolvesse os problemas que tem pendentes – e que não está a resolver – e recuperasse a confiança por parte dos depositantes e dos utilizadores do sistema bancário”, disse.

As anunciadas alterações legislativas sobre o setor e o funcionamento do Banco de Portugal ficam para depois. Para já, Carlos César considera que não é um assunto que domine as jornadas parlamentares do partido no próximos dois dias em Vila Real.

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