Impeachment de Dilma Rousseff: aprovada a abertura do processo
Bruno Araújo, membro da Câmara, a comemorar com outros parlamentares depois do seu voto a favor do impeachment – o último voto para confirmar o processo. Reuters/Ueslei Marcelino
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Foi aprovada – no passado domingo, 17 de abril – a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Foram 367 os deputados que votaram “sim” e 137 os que se mostraram desfavoráveis, com 7 abstenções e duas ausências.

Eram necessários 342 votos a favor por parte dos 513 deputados que compõem a Câmara dos Deputados (ou seja, dois terços da Câmara) para o processo seguir para o Senado.

O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), avançou que acredita ser possível "reverter o jogo", afirmando tratar-se de uma "derrota momentânea".

O governo foi surpreendido com alguns votos inesperados, nomeadamente do PDT - partido que se tinha manifestado contra o impeachment.

Curiosamente, a esmagadora maioria dos deputados não mencionou argumentos jurídicos como justificação da sua votação - nomeadamente as chamadas “pedaladas fiscais” (operações ilegítimas para aprimorar, de forma artificial, as contas públicas) e a divulgação de decretos do orçamento sem aprovação do Congresso.

Impeachment de Dilma Rousseff: aprovada a abertura do processo
Reuters/Ueslei Marcelino

O processo de impugnação do mandato da presidente segue agora para o Senado – que irá decidir se há razões para o impeachment. Caso o mesmo seja aprovado por metade dos senadores, Dilma Rousseff será afastada do poder por 180 dias até ao seu julgamento. Nesse período, o cargo será assumido temporariamente pelo vice-presidente Michel Temer.

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