Notícias ao redor do crescente interesse pelas moedas digitais na Venezuela – aquisição e mineração de Bitcoin em particular – conduziram a rumores em torno do aumento da sua procura no país. Daniel Osorio, da Andean Capital Advisors, afirmou em entrevista à CNBC que o país poderá estar completamente “bitcoinizado” em breve.
Osorio, que passa cerca de uma semana por mês no país sul-americano, procurou explicar a hiper-inflação que os venezuelanos encaram com um exemplo simples: um almoço “básico” custa mais de 200.000 bolívares, cerca de 16 euros. A hiper-inflação tem, assim, conduzido à busca de alternativas para a aquisição de necessidades básicas – e a mineração de bitcoins tornou-se tentadora num país onde a eletricidade é bastante barata.
Pagamentos apenas em Bitcoin
Comerciantes e prestadores de serviços locais estão a começar a aceitar pagamentos apenas em Bitcoin ou moeda estrangeira. O problema, segundo Osorio, é que ao contrário do Zimbabwe e de outros países onde a hiper-inflação tem causado danos, a Venezuela não tem acesso a dólares suficientes para gerir a sua economia. Assim, os locais viraram-se completamente para a Bitcoin para funcionarem economicamente.
De acordo com Osorio:
“Podemos muito bem estar a testemunhar a primeira ‘bitcoinização’ de um estado soberano.”
Os entusiastas das criptomoedas argumentarão que se trata apenas do primeiro exemplo de muitos – com a liquidez do mercado de moedas digitais a crescer e o acesso às criptomoedas a aumentar exponencialmente.