O Irão está a avançar com um plano que envolve o lançamento de uma criptomoeda nacional — em parte para contornar as sanções impostas pelos Estados Unidos.
O governo iraniano adiantou em abril que se encontrava a desenvolver uma criptomoeda experimental. Entretanto, uma vez que os EUA abandonaram o acordo nuclear com o Irão e impuseram novas sanções ao país — estão previstas novas medidas punitivas ao redor do petróleo a partir de novembro, por exemplo — existe nova urgência no ar.
A iraniana Press TV, estatal, relatou esta quarta-feira que o «plano para criar uma criptomoeda indígena» está a avançar e que o banco central está a trabalhar com «empresas locais» para o seu desenvolvimento.
«Estamos a tentar preparar o terreno para utilizar uma criptomoeda doméstica no país,» avançou Alireza Daliri, da direção de Tecnologia do gabinete presidencial do Irão, a meios locais. «Esta moeda facilitará a transferência de fundos de e para qualquer lugar no mundo. Além disso, poderá ajudar-nos com as sanções.»
Outra notícia publicada ontem pelo também iraniano Financial Tribute, citando Amir Hossein Davaie, conselheiro do ministro das Telecomunicações, avançou que a criptomoeda será utilizada para liquidação de transações bancárias — «porém, depois de ganhar mais experiência, é possível que a criptomoeda nacional seja usada publicamente.»
O Irão não é o único país a virar-se para as criptomoedas para contornar sanções. Recordamos que no início do ano a Venezuela lançou uma criptomoeda nacional chamada Petro, ligada às reservas de petróleo do país sul-americano. Os EUA responderam à iniciativa proibindo os cidadãos norte-americanos de a utilizar.