A Prova de Participação (Proof of Stake ou PoS) é um algoritmo de consenso através do qual um indivíduo pode minerar — validar transações de blocos numa blockchain — de acordo com o número de tokens que detém. Tal significa que quantas mais bitcoins ou outras altcoins um mineiro tiver, mais poder de mineração terá.
A Prova de Participação foi criada como alternativa à Prova de Trabalho (Proof of Work, PoW). Quando se inicia uma transação com recurso à blockchain, os dados da mesma são colocados num bloco com capacidade máxima de 1 megabyte — e são, de seguida, duplicados por múltiplos computadores (ou nós) ligados à rede. Os nós são o «corpo administrativo» da blockchain, responsáveis por verificar a legitimidade das transações de cada bloco. Para conduzir a verificação, os nós ou mineiros têm de resolver quebra-cabeças informáticos, o que é conhecido como Prova de Trabalho. O primeiro mineiro a resolver o quebra-cabeças (a verificar uma transação) é recompensado com tokens. Assim que um bloco tiver sido verificado, o mesmo é acrescentado à blockchain, que é pública e transparente.
A mineração com recurso ao algoritmo de consenso Prova de Trabalho exige uma grande capacidade computacional — para a execução dos diferentes cálculos criptográficos capazes de desbloquear os desafios informáticos colocados. Poder de computação traduz-se por elevada necessidade/utilização de energia, que tende a surgir como despesa elevada.
A Prova de Participação procura responder a esta questão atribuindo poder de computação aos participantes consoante a proporção de tokens detidos pelos mesmos. Desta forma, em vez de utilizar energia para solucionar problemas informáticos (recorrendo à PoW), um mineiro que recorra à PoS apenas minera uma percentagem de transações que corresponda à sua participação no mercado. Por exemplo: um mineiro que detenha 3% de todas as bitcoins disponíveis apenas pode, teoricamente, minerar 3% dos blocos. Destaca-se, porém, que a Bitcoin (Bitcoin) utiliza um sistema PoW, estando assim sujeita a potencial Tragédia dos Comuns.
O que significa isso? Falamos de um ponto no tempo, no futuro, em que haverá menos mineiros de bitcoins disponíveis devido à pouca ou nenhuma recompensa pela mineração de blocos. As únicas comissões derivarão de comissões de transação — que também irão diminuir ao longo do tempo com os utilizadores a optar por pagar comissões mais baixas pelas suas transações. Com menos mineiros a minerar a rede poderá tornar-se mais vulnerável a um «ataque 51%». Verifica-se um ataque 51% quando um mineiro ou grupo de mineiros controla 51% do poder de computação da rede, podendo criar blocos fraudulentos e invalidar transações de outros na rede.
Recorrendo à PoS o «atacante» teria de deter 51% da criptomoeda em questão para conduzir tal ataque. A Prova de Participação evita esta «tragédia» ao tornar desvantajoso um ataque à rede para o mineiro com uma participação de 51% na criptomoeda. Ou seja, um mineiro com tal participação não terá interesse em atacar a rede da qual detém a maioria — pois se o valor da criptomoeda cair, o valor da sua participação também cai. Desta forma, um indivíduo com participação maioritária sente-se incentivado a manter a rede segura. Destaca-se, porém, ser improvável toda esta situação: deter 51% de uma criptomoeda corresponde a um processo moroso e caro.
São várias as criptomoedas que já recorrem ao método PoS ou que utilizam um sistema misto em que ambos os métodos, PoW e PoS, são incorporados. Consulte aqui alguns exemplos.