Como funciona a dupla-utilização de criptomoedas
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20 de Julho de 2018

Conheça esta fraude — exclusiva do mercado de criptomoedas

A dupla-utilização, ou o duplo-gasto, de criptomoedas é um potencial problema exclusivo deste «mercado» — uma vez que a informação digital pode ser reproduzida de forma relativamente fácil. As moedas «físicas» não lidam com esta questão pois não são facilmente replicadas e as partes envolvidas numa transação podem verificar imediatamente a genuinidade das mesmas. Porém, com as criptomoedas existe o risco de o titular realizar uma cópia do token digital — enviando-a a outra parte e ficando com a original. Trata-se de uma preocupação que envolve todas as criptomoedas visto que carecem de agência central capaz de verificar a utilização singular das mesmas.

Porém, consideremos o exemplo da Bitcoin (Bitcoin). A maior criptomoeda do mundo conta com um mecanismo baseado nos registos das transações para verificar a autenticidade de cada uma e evitar a dupla-utilização.

A rede da Bitcoin exige que todas as transações, sem exceção, sejam incluídas num registo público conhecido como blockchain. Este mecanismo assegura que a parte a utilizar bitcoins é realmente o respetivo titular e combate a dupla-utilização e outras fraudes. A blockchain vai-se desenvolvendo à medida que mais e mais transações são adicionadas à mesma — destacando-se que as transações que envolvem bitcoins demoram a ser verificadas uma vez que o processo envolve algoritmos complexos, que consomem capacidade computacional significativa. É, assim, extremamente difícil falsificar a blockchain.

Todavia, hackers têm tentado escapar ao sistema de verificação da Bitcoin — contornando os seus mecanismos de segurança ou utilizando técnicas de dupla-utilização, como o envio de registo de transação fraudulento a uma parte e o envio de outro para a restante rede Bitcoin. Esses estratagemas têm tido apenas sucesso limitado. Na verdade, a maioria dos furtos de Bitcoin conduzidos até hoje não envolveu dupla-utilização: deveu-se, essencialmente, ao armazenamento de bitcoins sem as medidas de segurança adequadas.

O maior risco em torno da dupla-utilização é a ameaça de um «ataque 51%», que pode ocorrer se um utilizador controlar mais de 51% do poder de computação da rede a manter a blockchain de uma criptomoeda. Se o utilizador controlar a blockchain dessa forma será capaz de processar transferências múltiplas vezes, como se as transações iniciais nunca tivessem ocorrido. Porém, trata-se de uma situação custosa e morosa — logo, muito pouco provável de ocorrer.

Fonte: Investopedia

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